Meu coração fica
num esconderijo
que até piratas
navegam
em águas
clandestinas
tentando me achar.
Uma linda pessoa
ronda-me no escuro
com um lampião
para encontrar meus
sentimentos.
Quem de verdade irá
me defender
desses bárbaros
sanguinários?
Minhas lágrimas
tornaram-se
um imenso e azulado
oceano.
Os ladrões dos
mares
almejam saquear
minhas emoções
e entregar a ferro
e fogo,
misto de fel e
asfalto,
aos tubarões.
Será que andarei na
prancha?
Vão me jogar ao
mar?
Ninguém para se
arriscar
a me libertar
desses corsários,
que me violentam
com perguntas insanas,
que me amedrontam
com pinceladas de éter.
Flibusteiros de
araque!
Querem minha alma,
meu espírito jovem,
minha essência
nova,
meu cerne varonil e
viril.
Roubam até sonhos
de crianças
para esconder suas
fantasias e quimeras.
Será que um dia
escaparei?
Será que este
pesadelo se extinguirá?
De repente percebo
que meu travesseiro
compôs a trilha
sonora da ilusão
e acordei...