quarta-feira, 1 de setembro de 2010

À Política ou apolítica?


Não sei se a esperteza é tanta que muita gente resolveu se candidatar nessas eleições. Até Mulher Pêra e Tiririca entraram no picadeiro para animar aquilo que se diz ser a arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados.
Realmente trata-se de uma alegoria carnavalesca a quantidade de pessoas que resolveram se candidatar. Agora há os palhaços pintados e de peruca e aqueles que as faces se mascaram no mesmo ritmo e patamar de tamanha politicalha.
Relutar-me-ei a co-participar dessa sórdida aventura e acrescentarei o prefixo grego de negação antes do vocábulo “política” para exprimir a vergonha que sinto e tenho diante de tantas promessas não cumpridas (e olha que o trem nem chegou ou saiu dos trilhos nem da imaginação de um falso projeto).
Com efeito, trata-se de uma vergonha um político ter um salário absurdo enquanto muitos vivem de salário mínimo. Mas o que é justo neste país? Quantas construções mal feitas e desvio de verbas foram feitas? Quantos usam de filosofias e palavras sagradas para ludibriar e entorpecer eleitores nesse momento de campanha.
O circo sempre existiu de fato, uma vez que muitos se vestem de retóricas e de palavras que causam inação do espírito e alegrias: de bolsa-família e outros apetrechos próprios para burlar e hipnotizar eleitores. No entanto, não se pode mais deixar enganar. O único problema é saber qual é a melhor laranja no meio de várias podres. Qual candidato fará a história se modificar sem cair na mesma direção de outrora? Será que o povo pensante ou que finge não pensar ou que de fato não pensa quer mudança?
Houve momento na nossa história política que parecia haver até fidelidade partidária, mas hoje se troca de partido como se troca de roupa íntima. Basta acontecer meras controvérsias para os ânimos mudarem e se ocuparem com outro partido.
Realmente quem se encontra no poder jamais desejará abandonar o privilégio que conquistou, mesmo que tenham que usar de meios torpes para não perder o gosto do caviar e da carne suculenta todos os dias. Talvez seja por isso que as mesmas pessoas sempre aparecem a cada momento de eleição e o número de candidatos sonhando em ser eleito triplicou nos últimos anos.
Enfim, ficarei com a metáfora do Leão da Montanha dos desenhos animados: só que ao invés de sair pela direita ou esquerda, sairei à política, mantendo-me apolítico até o momento que me convier, até que as palavras valham a pena serem ditas e pronunciadas ou me resguardar em silêncio como melhor postura para não me co-mover diante de tanta politicagem.

4 comentários:

  1. As areias do tempo escorrem entre meus dedos...Quando consigo reter algum grão, passo por aqui..

    Abraço!

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  2. heheh
    parece mentira neh!!!
    Pior q é a mais pura verdade e + ruim ainda é saber q o risco desses 'palhaços' ganharem é mt grande!

    Abç

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  3. Concordo plenamente, apenas me servi do sarcasmo para expressar essa indignação nas "Rapidinhas" do meu blog.
    Apreciei muito, amigo!!!!
    Rose - pensoescrevorose.blogspot.com

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  4. Infelismente como muitos afirmam ao ver uma coisa destas eu citarei: "Isto é o Brasil". Uma vergonha vestida com as mais grossas roupagens da canalhisse e da hipocrisia! Hoje, temos mulher Pêra, Tirica, Maguila! É tudo soturno no quadro político! Mas é a liberdade incondicional para uma populão sem conhecimentos básico do ridículo, da organização de um Estado. A constituição permite-nos a isso, mas para mim é como se eu deixasse uma criança de dois anos brinca na cozinha. É o mesmo chão do resto da casa, mas as chances de acontecer uma merda são maiores!

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