domingo, 25 de abril de 2010

Zumbis






Zumbis perambulam pelas ruas
vagam com sede
são mortos-vivos com olhos vermelhos
e violentos por natureza.
Eternos parasitas
cuja forma horrenda
prolifera a morte dos seres.
Seus dentes tornam-se afiados
para se alimentar de relacionamentos.
Eles não possuem imaginação
não pensam nem são vazios.
Não há reflexão
e muitos não desejam ser contaminados
por esta espécie de sanguessuga.


Zumbis não têm almas
mas precisam delas para existirem.
Não sentem emoções,
não há sentimento algum.
Tudo é indefinível, caótico e destrutível.
Eles aniquilam, sugam,
oprimem, deprimem,
dilaceram o que há de melhor
e recalcam o ser
até as veias deixarem de ter sangue,
até a morte ser a única
e tensa alternativa,
pois nutrem de tudo
e do nada.


Simplesmente zumbis
precisam se incinerados
para que voltem ao pó
e deixem de existir.


Embora fiquem as cicatrizes...

sábado, 24 de abril de 2010

O emplasto



Houve um tempo no qual o riso apresentava-se de forma sincera, que acreditávamos em que os passarinhos só cantassem e que a dor era mera ficção de telenovela ou algo do gênero. Mas tudo isso é mentira, pois a dor vai além das barreiras da biofísica. E assim vive a humanidade com essa companheira inseparável desde os tempos antigos.
Humanitas?! Esse vocábulo atormenta-me tanto, uma vez que sempre considerei Quincas Borba um alucinado, um maníaco da filosofia, no entanto o admirava quanto personagem. Sei que a metalinguagem engendrada por Machado de Assis, em diálogo direto com o leitor, proporcionara-me uma falsa lassidão e uma grande reflexão sobre o humanitismo.
Coitadinho de Brás Cubas! Morrera pensando em criar um emplasto que pudesse resolver o problema da humanidade: erradicar a dor humana. Tanto a física quanto a psicológica. Era algo além da metafísica que iria ao encontra da alma. Pena que tanto Quincas Borba quanto Brás Cubas não conseguiram realizar tal façanha.

Seria maravilhoso que a ficção pudesse sair das folhas escritas e se tornasse humana e real. Seria fértil demais imaginar pessoas tomando esse emplasto para se curarem da depressão, da angústia, do rancor e do ódio. Não obstante seria tudo poético e muito perfeito, visto que ninguém iria se preocupar com o outro e só pensaria num certo remédio dissimulador de ideais. Ninguém iria acordar para viver a sua devida realidade e cumprir seriamente seu destino ou fazê-lo a cada amanhecer. Não haveria ciência que se interessaria em estudar o homem e o que se encontrasse ao redor dele.
Será que a felicidade em excesso resolveria, por meio de qualquer substância química, o problema social da humanidade? Será que devaneios como de Quincas Borba em criar uma ciência para cessar qualquer tipo de dor faria o homem amadurecer na sua devida essência?
Teríamos que pensar, caríssimo leitor deste blogger! Como dizia Brás Cubas: tenha paciência, pois ainda não chegou o momento de falar ou mencionar sobre minhas memórias. Elas são tão fugazes, entretanto eternas na mente.
Dessa forma, continuar-nos-emos com a metalinguagem do emplasto. Seria poder excessivo de cura? Será que curaria a ganância, a corrupção e outras atividades ilícitas? Infelizmente não, já que o homem possui livre arbítrio para qualquer ação que ele deseje criar. E assim caberá a cada ser buscá-lo em seu próprio íntimo a fim de que o humanitismo se concretize e finde a dor: a real, a carnal e a da imaginação.



"Seja velho, seja menino,
use Brás Cubas,
o emplasto divino."

Machado de Assis
in Memórias Póstumas
de Brás Cubas


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma vesícula pode se transformar em haicai?




A dor forte veio
tiraram minha vesícula
nada apaziguou.

Brincando com a lua


Num quarto de hospital     vê-se como o céu      encontra-se estrelado e como a lua abrilhantava toda constelação em sua volta. Tudo era admirável, enlouquecedor e eloquente. Sim, eloquente. A lua emanava saber, força e criatividade para escrever. Já se viu tantos poetas mencionando-a como lamparina natural que guia os amores, os desejos carnais e o coito ardente dos animais.
Realmente havia uma beleza na qual se transbordava alegria, pois aparentava ser a ocasião certa para se colher melhores sentimentos, verbos e advérbios. Embora tudo fosse mágico, as palavras brotavam e se perdiam pouco a pouco.
Com o poder da lua, o obscuro transformava-se em claro. Que magia vinha dos enamorados! Será puro êxtase? Sonho? Meras quimeras? Ou foi um pequeno cochilo de uma linda noite excitante, estonteante com pouco frenesi? Não se sabe ao certo. Só interessa-me deixar que este feitiço lunar transpasse a alma e atinja ao coração com toda sua magnificência. Mas de antemão já lhe digo que essa lua para ti é esta para mim. Cabe a ti demonstrar a posição certa dos pronomes. Ela é minha. Ela é o meu eu, o amor que não vivi inteira e verdadeiramente. Agora sem fases, sem dor, sem utopia e realidade, já que somos capazes de (re)inventar o que se encontra ao nosso redor, mesmo que seja simples encanto.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sombras de mim

O sol bate lá fora intensamente. Aos poucos percebo as sombras dos transeuntes por aí. Sinto atraído por elas e pelas formas adjacentes e imagináveis.
Contemplo cada movimento que elas fazem em volta do sol. Vejo além do negativo: sem detalhes, sem olhos e bocas, somente sua cor escura e meio funérea. Infelizmente não há face. Onde será que ela se encontra? Como perpetuar a façanha humana nos mínimos detalhes da criação? Por que minha face se modificara com o excesso dos raios solares?
Agora me torno a própria sombra. O negativo vira o positivo ou será imaginação fértil do ser? Será o outro? Será que tal sombra refletirá no espelho da vida? Será que existirá de fato espelho para sombra?
Deparo-me com um universo repleto de sombras. Elas não se encontram sós, visto que clamam em coro por alguma nota que não destoe nem desafine do conjunto melódico. Parece até harmônico, no entanto percebo medo no ar, já que sombras não possuem vidas.
Receio pelo caos que elas podem causar para se libertar do ser (inimaginável até este instante). É bastante triste um ser sem sombra, uma vez que o vazio necessita do positivo e do negativo simultaneamente.
Percebe-se claramente que elas desejam ganhar voz, entretanto precisam utilizar o ser para que o som se sobressaia. Elas gritam incessante e intensamente. Como segurá-las para não escapar de mim? Como tirá-las dos vazios caóticos que o mundo lhe concebeu? Há muita tristeza no ar. A efemeridade das sombras não se eternizará com este sentimento. Vejo migalhas espalhadas pelo chão para confundi-las excessivamente. Tudo é tramóia de um falso pregador e de um destino que as próprias sombras constroem.
Permaneço perdido com o brilho negro de minha sombra. Há tanta saudade dela, pois me fazia rir, consolava-me em dias melancólicos, construía meios econômicos para uma boa ocasião, estudava, enfim, meus sentimentos e coração.
Com efeito, descubro que ela mesma faz parte do meu eu, que é o que ainda se revelará. Onde encontrá-la neste momento? Se alguém a achou, devolva-me. Preciso dela para cumprir minha existência literal e metafórica, já que não sei interpretar sem a presença dela ao meu redor.
Por mais que tal sombra não tenha vez nem voz, ela me completa, me alucina e me deixa “vitaminado” para enfrentar o mundo hipócrita. Caso algum momento a encontre por aí, traga-me a mim. Dê-me de presente aquilo que fora roubado de mim violentamente e sem pudor, porque todo positivo necessita-se de seu negativo e vice-versa para findar-se com alegria e para servir de alicerce para grandes e ternas emoções.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Écogla hospitalar


Campestre, bucólica, rural... A medicina avançou em pensamentos, experiências e atitudes na querida Aldeia da Pedra.
Realmente tenho que prosear para fugir das rimas tradicionais e clássicas da écogla. A estrutura métrica em prosa pode até oscilar por não ser em verso, não obstante deixo aqui minha homenagem a todos que cuidaram de mim na Casa de Saúde João XXIII. Brava gente que luta pela vida!
As dores passam, os amores passam, os carros passam, o soro perpassa na veia, mas permanece o entusiasmo e assim até a vida besta e pacata ganha uma nova missão: viver sempre. Por mais que digam ao contrário, por mais que os falsos e medíocres julgamentos encontram-se prolixos ou não ao redor de mim, descansei-me na dor, no amor, com o soro que adentrava em minhas veias.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Raiz do olhar


Formas arredondas
De múltiplas essências
Raízes efêmeras
Mutáveis
Coloridas pela Íris
- a deusa do olhar.
Segmentos, retas, pontos
A neutralização do visual
O in dúbio
Meros pontos de vista.

À artista plástica Rose Aguiar

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Vida de amor


Vida
Esse grande amor
Eu apenas um garoto
Procurando saber amar
Sinto
O pêlo da esperança
Tenho fé que algum dia
Possa te amar
Em que sorte traiçoeira
Por uma infinita bondade
Deixe que eu te ame
Na grande felicidade
Quero ver teu riso
Encontrando minha amada
Encontrando o paraíso
E fazer a grande morada.




À TELLE, eterna amiga conterrânea.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O vazio do sono



No escuro um vento começa a soprar forte
agitando as ondas do deserto.
Dois ou três faróis, engrossando as dunas,
estavam cobertos por uma espuma vermelha,
e como cintilavam em poesias
rimadas aos “clichês” de cabaré,
encantava ao pescador
com seus gestos.
Uma flor de acácia cai levemente na água.
Movendo-se a milhões
e milhões de raridades secretas e duras.
Última esperança do mar negro!
O sono vagava feito miragem,
a areia volta e o vazio retorna de mãos atadas.
São as flores de leandro, os hibiscos, as rosas...
Todas cresceram incessantemente
Nas paredes e muros do oásis,
cujo vento leva de roldão a areia.
Enquanto vento amaina e o mar aplaina,
o vazio desaparece
e lentamente acordo
em meu quarto caído no chão.

Haicai sonoro















Sons enlouquecidos
Murmuram as flautas doces
No meu coração.

Ode à família

Fala-se que tal estrutura social é a base e o alicerce de todo relacionamento, por mais conflitantes e problemáticos que sejam.
Às vezes necessita-se levar anos para despejar os verbos adequados para pôr alguém no eixo ou segundos para destruir toda a construção do castelo e/ou mundo mágico que há em volta.
Conviver requer cuidado, paciência, amor, cautela e diálogo. Viver com o outro gera encontros e desencontros à proporção que o pilar seja arranhado, danificado, moldado, modificado e reconstruído devido às trágicas manifestações extrínsecas engendradas no ser.
Com o tempo passa-se a perceber que o verdadeiro fundamento social encontra-se mesmo na família, embora muitos custem a compreender isso ou jamais entendam de fato, pois se cegam com a realidade tortuosa e estorvada.
Com efeito, para milhares de pessoas o vocábulo família não existe, visto que nunca tiveram um lar, nunca experimentaram o carinho dos pais nem a alegre convivência com os irmãos. Para alguns a família é a certeza do apoio nas horas difíceis, a alegria nos momentos de tristeza e lugar onde se formam para a vida. Trata-se de um espelho vital, de uma linda janela de Johari, já que tem como objetivo de auxiliar o entendimento da comunicação interpessoal.
Molda-se o barro nas mãos dos oleiros com a finalidade de interagir sentimentos e emoções com razão e sensatez, uma vez que não é fácil relacionar-se com o outro. Tanto a razão quanto a emoção devem encontrar-se em equilíbrio, de modo que cada idiossincrasia existente no ser preencha as lacunas devidamente. Isso é utópico? Pode até ser. Pode até se fazer um processo de similaridade com a sagrada família, no entanto o nosso tempo real é outro, nossa realidade vem impregnada de imperfeições.
Enfim, implanta-se uma mentalidade que dificulta a vivência do amor no lar de sorte que se tenha a percepção clara da mudança de valores. Todavia, mesmo em mares revoltos ou calmos ombreiem-se ao passo que a presença do diálogo, em sua forma significativa e importante, emirja como melhor solução para os desencontros. Seriam perfeitos demais termos somente encontros, mas na verdade precisamos nos desencontrar para lá na frente encontrar verdadeiramente o outro. Eis a composição poética acompanhada pela lira para enfatizar o prestígio à família.

Sonhos D’água

Eu te vi dançando nas águas,
Correndo pelas areias
Senti-me atraído pelo seu ar sedutor.
Você é tudo o que eu precisava,
Como a liberdade sente,
Onde cavalos selvagens correm
E as nuvens não bloqueiam o sol.
Quando as estrelas colhidas brilham
Iluminam as almas – entre sonhos
A ironia me retém
Como fogo sangrento, sedento,
Mais envolvente do que a aurora boreal.
O seu nome é um anjo
Que veio do céu
E caiu aos meus pés.
Meus desejos ficam cada vez mais intensos.
Noites bêbadas em hotéis e cômodos
Das ruas, dos chafarizes, partiram-se
E os pedaços, certamente, se assustam,
Pois ele vê o seu futuro na água
E, enfim, a realidade me chama.

Sem palavras





Já dizia que o princípio havia o Verbo e este se tornou palavra.




A cada momento percebe-se o poder que as sílabas juntas e bem concatenadas expressam. Muitas vezes elas fogem do ar, do mar e do coração. Outras vezes esquecem a singela beleza intrínseca que o ser humano deveria ter.
Há momentos que estas palavras sufocam até mesmo a dor e outros que elas mesmas se manifestam em sua forma execrável.
Juntas tais palavras geram grandes orações que coordenam pensamentos e subordinam sentimentos. Elas são onipresentes e oniscientes. Vivem escondidas no mais íntimo do ser. Elas brigam entre si. Emanam ódio, rancor, mágoa, desafeto. Palavras vivas ou mortas, ou até mesmo sem elas, são verdadeiras formas de retórica. Elas não falam, agem! Elas não sussurram em nossos ouvidos, gritam! Elas não se calam, matam! E nos fazem renascer para um novo horizonte metafórico. Até o dia em que elas se esquecerem de pronunciar algo. Até o dia de não bastar respostas nem perguntas. E só restar o vazio, o pó e o que sobrou delas.

Flashdance!


Todo baú guarda memórias, emoções, sentimentos, papéis e outros utensílios. Remexê-lo, às vezes, coloca-nos diante da mágica nostalgia, visto que se difunde a experiência intrínseca e inovadora do ser com sua realidade ficcional e virtual.
Esta dimensão aflora e germina com “What a Feeling” partículas arroubadas e compassíveis partituras. São concomitantes seguimentos de expressões e desejos, pois um dia jazerá eternamente, sucumbirá até os ossos se decomporem e se imortalizarem com a alma.
Não penetrarei num mundo caduco nem livrarei os pensamentos ao exímio devaneio, entretanto todo processo de letramento desloca-nos, agita-nos e comove-nos com notas musicais, com voz e corpoeticidade. E brincando tudo se renova.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

“Esquecer de se esquecer”

Tudo parecia normal. Até o momento em que o copo de coca-cola caísse junto a um material impresso e fizesse uma terrível lambança literária.
Nunca imaginei que minhas retinas saturadas e míopes pudessem contemplar tal visão.
Acho que um mero vazio pairava um gosto desconhecido e a mistura sólido-líquida fez-me refletir sobre o mundo ao meu redor. Talvez seja falta do que falar, do que escrever ou até de mim mesmo. Verdade: sinto falta de mim. Sinto saudades de pensar, de voar em pensamentos ininterruptos sem me perguntar se o universo conspirador existe de fato.
Infelizmente não se pode ser translúcido o tempo todo. Perdi a imaginação em alguma entrelinha e esqueci-me de esquecer e de me avisar a respeito.
Acho que o poder zero da coca-cola misturada ao papel almaço ainda me faz viajar em algum espaço sideral perdido, mas logo afirmo que tudo é puro achismo ou a pouca fantasia que há em mim.
“Esquecer de se esquecer” resume a ausência de pensar e de si próprio. Enquanto uns esquecem-se de amar verdadeiramente, entremeio palavras vazias para esquecer, para fugir de mim e das falsas pregações.
Viajo nas palavras para metaforizar a vida, uma vez que precisamos estabelecer algum elo significativo para dar existência a nós mesmos.
A pior impressão não é descobrir onde se localizam as entrelinhas, porém vê-las no sentido lato e brilhante das estrelas. Já a pior sensação foi descobrir que roubaram tais entrelinhas de mim. E onde encontrá-las? Onde buscar uma pequena referência para descobri-las e desvendá-las em meros meteoritos fugazes.
As manchas impregnavam dissabor às folhas do real, já que macularam com tons acinzentados os corações dos poetas e dos deuses da quase mitologia nórdica. E nesse instante o machado mágico perde-se o poder e a essência para não mais coordenar pensamentos. Estes não existem mais, por mais que cantem ou se silencie tornaram-se ofegantes e sem teor.
Assim, o ato de pensar o momento adquiriu ebriamente um novo efeito e uma nova atmosfera para evidências empíricas, até que o narrador volte a ser protagonista dos seus próprios atos no tablado da vida.







quinta-feira, 1 de abril de 2010

Primeiro de abril ou chuva de anil?

 

Hoje se comemora a brincadeira, o dia de pregar peças e a festividade das palhaçadas infantis por meio das mentirinhas bobas. Era contagiante quando o universo suspirava ao redor da falsa verdade sem um pingo de teor de maldade, mas tudo por expressar o riso, o sorriso e a gargalhada sem prejudicar o próximo.
No entanto, parece que algumas pessoas entremearam em suas realidades a falsa verdade a ponto de não conseguir sair da dimensão imagética de outrora. Que feio!
Infelizmente a mentira, somente para alguns, virou joguete descomunal, visto que a doença e o prazer se entrelaçam e se misturam, aos poucos num enlace hipócrita de desejos incomuns, para embaraçar ou inutilizar o correto, o certo, o verdadeiro e o conveniente das palavras.
E onde encontrar a chuva de anil nesse hemisfério e contexto de abril? Não se pode viver de rima nem passar por dimensões metafísicas sem aspirar vontades concretas e torná-las reais em nosso dia a dia. Acredita-se em que tudo seja fugaz e em que a verdade sempre prevalece e liberta das armadilhas e dos falsos açoites que as peças pregam. Não se pode desistir de se lambuzar de abiu, de abrir portas e janelas, de virar andarilho pelas estradas a fora e chegar à verdadeira floresta real-encantada, cuja felicidade todos almejam e, muitas vezes, são traídas pelo coração. Agora é tempo de racionalizar emoções, de conquistar espaço, marcar território com carinho, afeto, oração e muita leitura de mundo.
Enfim, os engodos se encontram aí para serem diluídos a fim de que a ética ganhe morada autêntica e que não gerem in dúbio. Cada qual escolha e assinale a sua verdadeira opção da forma que lhe apraz. E se não lhe apraz, defenda-te. Pois as sílabas juntas ganham significados e força. Cabe, assim, a cada ser se inserir no melhor contexto.