quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sem palavras





Já dizia que o princípio havia o Verbo e este se tornou palavra.




A cada momento percebe-se o poder que as sílabas juntas e bem concatenadas expressam. Muitas vezes elas fogem do ar, do mar e do coração. Outras vezes esquecem a singela beleza intrínseca que o ser humano deveria ter.
Há momentos que estas palavras sufocam até mesmo a dor e outros que elas mesmas se manifestam em sua forma execrável.
Juntas tais palavras geram grandes orações que coordenam pensamentos e subordinam sentimentos. Elas são onipresentes e oniscientes. Vivem escondidas no mais íntimo do ser. Elas brigam entre si. Emanam ódio, rancor, mágoa, desafeto. Palavras vivas ou mortas, ou até mesmo sem elas, são verdadeiras formas de retórica. Elas não falam, agem! Elas não sussurram em nossos ouvidos, gritam! Elas não se calam, matam! E nos fazem renascer para um novo horizonte metafórico. Até o dia em que elas se esquecerem de pronunciar algo. Até o dia de não bastar respostas nem perguntas. E só restar o vazio, o pó e o que sobrou delas.

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