Às vezes demoramos a perceber as situações que se encontram ao nosso redor. E quando as percebemos, refletimos a ponto de imaginar como o ser humano, em atitudes, muitas vezes, é sórdido.
Para alguns deles não basta sugar a matéria da alma, eles necessitam expandir tais gestos e ir além deles.
Infelizmente deparamos com aquela pequena história de um homem que acha um ovo no meio do caminho e inebriado com o formato e sua cor diferente, pega-o e leva-o para casa. Com o passar do tempo, o ovo é chocado num recipiente elétrico, e ao invés de ave – algo que aquele homem esperava – nasce um lindo filhote de serpente, mas enfeitiçado pelo mesmo, resolve criá-lo. E assim se dá o falso clímax, visto que o tal filhote lindo o mata.
Quantas vezes nos deparamos com tais serpentes em nossas vidas e custamos enxergá-las como tal? Quantas vezes elas nos sugam, retirando com seu veneno o melhor de nossas vidas? Quantas vezes sorrisos hipócritas aparecem em nosso dia a dia para mudar rumos e causar devaneios enganosos? Quantas vezes a vida se torna amarga, sem sentido, sem nexo, depressiva porque engendraram uma trama ardilosa, maligna por grandes falsos biltres?
Com efeito, são tantos os questionamentos que fazemos quando passamos por tal situação que só conseguimos ver depois que a tempestade, com suas águas poluídas e saborosas de fel, acontece. Isso se não formos apanhados por ela e levados a novos rumores e acontecimentos banais.
É assim que sobrevivem aqueles que vivem na sombra. São onagros por natureza, pois precisam do nosso sangue e também se enraizar de sentimentos para nutrirem seu ego e fazê-lo crescerem. São, portanto, ardilosos. Agem com cautela, malícia e sabem o que querem realmente.
O mais triste não é se deparar com a serpente em si, entretanto com a frigidez e o prazer mórbido em transformar tudo que se encontra em volta em pó ou meras migalhas.
Esse contexto é triste e acredito que muitas pessoas já se decepcionaram na vida e acharam casualmente por uma serpente em seus caminhos ou se transformaram em uma para se defender das barbaridades que o mundo nos causa. Ou pelo prazer de ludibriar vítimas. Eu não quero ser serpente jamais, nem o ovo que ela nasce, nem o homem admirado e enfeitiçado, pois não quero me deixar levar pelas aparências nem pela publicidade que há em minha volta. Quero ser eu. Autêntico. Único. Exclusivo. Verdadeiro. E pronto para a batalha. Sei que terei que escolher melhor as armas, porém não deixarei o meio-amigo prevalecer sobre mim nem me permitirei passar por tal situação mais. Serei o forte, destemido e corajoso Perseu e matarei a Medusa sem oscilar, com habilidade e respeito aos deuses, pois não me permitirei virar pedra nem qualquer substância do gênero para que o inimigo em pele de cordeiro vença.
À medida que há verdade e respeito em qualquer relacionamento, tudo suporta e enfrenta. Não se permita sofrer sozinho. Some parcerias e divida-se com mais alguém a fim de que se liberte do veneno da serpente, já que ele pode ser mortal enquanto dure. Seja feliz! Brinde a felicidade! E tenha cuidado com os répteis venenosos que circulam por aí.
Dificilmente fico sem palavras...nesse momento, estou.
ResponderExcluirQue texto!!!
É como se eu achasse uma luva no meio da rua e ao calça-la, voilá!
Bjs meus
Não é muito inteligente levar um ovo desconhecido para casa e chocá-lo. Menos inteligente ainda é criar cobras. Eu também preso por minha originalidade, minha identidade. Preso por aquilo que me diferencia da mesmice do mundo. Não quero ser cobra. Até porque eu não sou da Sonserina.
ResponderExcluirFui lendo e identificando os ovos.
ResponderExcluirAs ovos estão no caminho e as vzs nos deixamos levar, não por feitiço, mas por inocência e a dor é fatal.
Muito perfeita sua prosa.
Bjs e boa semana
Seu texto é perfeito. Me encontrei nesse momento, sábias palavras, me ajudaram a ver as coisas ruins... de um modo simples e fácil.
ResponderExcluirObrigado.
Beijos da vampira Laysha.
A vida é uma espécie de jogo, e nessa batalha encontramos duríssimas pedras e armadilhas.
ResponderExcluirInfelizmente, para aprendermos algo e ganharmos experiência na vida precisamos cair no veneno da cobra para depois reconhecermos nosso limite e assim conhecer um pouco mais de nós. As mesmas armas usadas por eles não podem ser iguais as nossas. Enquanto os espinhos prevalecem, devemos ser o conforto e nunca nos perdermos de nós. Existe o limite e o equilíbrio até mesmo entre o bem e o Mal.
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É raro encontrar um blog tão lindo e com um conteúdo tão rico como esse. Dei uma passadinha por aqui e me identifiquei muito com seu texto.
Obrigado por me seguir. Espero que tenha gostado do "vida e letras" e voltarei sempre por aqui.
Abraço.
Ah... a vida e seus "simulacros"!
ResponderExcluirJander,
ResponderExcluirA passagem de serpentes disfarçadas em nossas vidas tornou-se regra nao exceçao. O que nos sobra é resistir sem nos tornarmos veneno.
Belo texto!