sábado, 8 de outubro de 2011

Cifra policial

Diálogos intermináveis,
falácias de acusações
durante a longa madrugada
com Peres e Tardin.
Há um remelexo entre a própria P2:
mórbida loucura
via escutas,
lábio colando lábios
estremecem a sonoridade das coisas.
Quanta leitura se organiza
a trinta metros de distância!
Tudo é insano,
ioiô sem cordas,
poesia sem verso,
música sem acorde
na hora do pesadelo da regra dos três,
pois somente sobra os zeros
na prova dos nove.
Hoje não há arranjo político
nem apolítico
no acordo, nas palavras,
nos abusos das ideias complexas,
nas falas dadaístas
de um mero feijão com arroz.
Agora não há ritmo,
nem beijo gay molhando a boca,
nem nádegas ao vento,
nem pênis a solta balançando ereto.
Ainda tudo é fugaz
na perseguição de gato e rato,
de uma cantata original e melódica
parafraseando missionários e grandes letrados.
Vamos ao inferno astral?
Vamos cair em tentação
mais uma vez?
Amadurecendo os xingos,
minhocando sentimentos naturalistas,
recitando uma poderosa condenação literária.
Assim, de falso cordel
procedem os loucos,
os tolos também invadem computadores
para furtar novos prazeres alucinantes.
De repente a rima se perdeu
e os versos longos e livres
envolveram uma métrica cifrada
na delegacia de outrora.
Assim, tudo se esvai com o tempo...

3 comentários:

  1. Interessantes versos, e também a imagem que ilustra...abraços de bom sábado pra ti amigo.

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  2. Legal....versos não escolhem hora nem local para nascerem não é?
    Beijos

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