Em linguagem híbrida de vocábulos jurídicos e alusões bíblicas, Filhos do Coração esclarece o procedimento da adoção afirmando que todo ser humano possui direito a uma família.
Nessa obra, ora mencionando situações narrativas, ora usando a poesia para salientar que a lei prevê em relação ao filho, tanto ao fato de ser biológico, quanto adotivo, um lar. O autor mostra-nos em sua obra a importância do processo de adoção como aquele que observa todas as garantias de um processo justo, capaz de analisar de forma interdisciplinar a situação da criança e do adolescente, a fim de tratá-los como a máxima igualdade possível.
O texto promove o encontro entre as literaturas jurídica e bíblica e, desse modo, (re)cria um universo literário enriquecido pela soma de conhecimentos oriundos dessas áreas distintas. Ambas se entrelaçam num tema único, revelando ângulos que podem ser discutidos e até mesmo elucidativos a respeito da adoção. A possibilidade de se estabelecer um parâmetro de tratamento igualitário concreto entre as crianças amparadas pelo amor dos seus genitores, daquelas rejeitadas por estes é, praticamente, impossível.
Por este prisma, faz o leitor envolver-se por um contexto árduo e apaixonante; no entanto, percebe-se que a estrutura do vocábulo jurídico articulada por uma fenomenologia própria somente é vislumbrada com o complemento bíblico. Eis a verdadeira metáfora da adoção!
Assim, Nilseu Buarque de Lima, num vocabulário técnico e concebido a partir de uma hermenêutica pessoal, molda-nos e apresenta-nos considerações sobre a adoção, que nos permitem considerar o tema, a partir de um olhar elaborado na solidez jurídica e simbolismo da fé.
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