Mundo distante,
cruel,sem nome,
sem rastro,
que apodrece vidas
e onde o amor se esvai.
Esquecer dói!
Num tom ébrio
sinto o desvario ardendo em chamas.
Não consigo lutar!
Febre mórbida!
Loucura insana!
Onde se perdeu minha identidade?
Quem me roubou de mim?
Devolva-me.
Por que tanta alteridade em mim?Não sou nada: nem pó nem vazio.
Talvez seja o absurdo
da mente de um biltre alienado,
aniquilado e metrificado pelos açoites.
É a solidão que arde em meu peito
que escreve.
E sinto que estou cada vez
mais próximo da morte.
Para quê? Nada faz diferença em mim!
Estou vulnerável ao nada, ao vazio, ao caos.
A morte tornou minha psicologia neste momento.
Pena! Tornei-me insignificante:
sem fome, sem arte, sem cor, sem perfume, sem luz!
"Tenho tanto sentimento
ResponderExcluirQue é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa
Poema forte!! Eu diria..acorde..ja nasceu um novo dia!!
Parabéns pelos seus poemas!!
Ma Ferreira