quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os corvos-reis

Quase madrugada... De repente o relógio bate acelerado perdendo suas cordas e seu poder digitalizador de almas escuras. Os noctívagos saem para caçar seus amores por meio de uma penumbra. Tudo parece escuro e assustador; no entanto, de longe, percebe-se o clamor dos maravilhosos corvos-reis. Estes protegem o silêncio dos inocentes contra os malfeitores do som.
Os corvos sobrevoam ao redor do espantalho a fim de guardar a sua essência, visto que os noctívagos organizam-se em bandos sonoros para expelir sua gosma de pus e desraigar maus odores. Infelizmente, são sanguessugas que geram osteoporose. Eles mudam de faces e se escondem por meio de bebidas, de tons ébrios, de mochilas e tecnologia.
Durante horas eles podem escutar as vozes dos escribas, porém os corvos-reis transformam-se em grandes deuses da mitologia e saem das escrituras ganhando vida e sede para conceber germes ao redor do espantalho.
A noite escura vem como fel, todavia os corvos num bailar de belas plumagens grasnam para corromper os sons oriundos de uma mística hipócrita que não consegue transcender nem assuntar-se ao clamor dos noctívagos.
Os corvos são fortes defensores, pois driblam os açoites e encarnam Deus. O espantalho se locomove, assim, sabendo dos passos dos noctívagos e que eles tornaram-se mutantes à luz solar.
Não há estrelas no céu nem vaga-lumes para iluminar o caminho do espantalho. Mas os corvos-reis fortificam-no para esmorecer os noctívagos em suas falsas filosofias e pensamentos.
Como é surpreendente a inteligência dos corvos-reis ao redor do espantalho, pois se apercebe a luz infiltrada em suas penugens escuras. São lindas penas! Seus dorsos metaforizam novas ideias e ideais. O espantalho, por sua vez, tem a impressão de que o horizonte não há fim nem rupturas, já que os corvos-reis mostram-no o verdadeiro caminho. Não obstante, devido à luta diária e noturna, a batalha se torna árdua. Só se sabe que os corvos-reis desmistificam a ojeriza dos noctívagos a fim de elucidar os movimentos do espantalho.

Um comentário:

  1. A musa da Controvérsia19 de maio de 2010 às 15:24

    Quando vc parar de olhar para os lados caçando sobre o que vai escrever,talvez vc pare e perceba que criar é diferente de inventar. Seu melhor texto, até agora, continua sendo "Um novo período", seguido dos moranguinhos! Pegue seu lado forte e se torne imbatível.

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