quinta-feira, 20 de maio de 2010

Inquietude

Sinto um manancial
a sair de minhas entranhas
consumindo-me,
devorando-me
em líquidos desconhecidos.


Suas cores lembram-se do arco-íris.
Múltiplas faces aparecem e se recriam
pouco a pouco
num processo de transubstanciação
a enlouquecer-me,
mas pondera lucidez.


A inquietude se desfaz
em cantigas medievais
e o amor se acorrenta,
se desvale, se deteriora,
se afoga e se materializa
em sofrimento fugaz.

3 comentários:

  1. Parece ser até mesmo um palco de teatro em tantas múltiplas faces! O maior desafio do ser humano é enfrentar essas correntes e desamarra-las em outro palco, chamado vida, e neste palco tudo passa a fazer sentido e nada mais nos prende quando achamos o que estamos procurando. O sofrimento é inevitável, sempre será, mas o manancial deve fluir águas de rios cristalinas para que possamos viver uma inquietude que atravessa as entranhas, e não nos faz mais consumir, mas ter a lucidez de se despertar para enfrentar os caminhos!
    beijos e uma boa tarde meu amigo! Talento e muitos aplausos pra vc!

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  2. A inquietude faz parte da alma dos poetas! Nos atormenta, mas sem ela o que seríamos, apenas uma pintura sem vida.
    Inquiete-se sempre!

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  3. A musa da Controvérsia21 de maio de 2010 às 14:45

    No mínimo, muito interessante. A afirmação de se ver como um manancial eu vejo como muito positivo, pois significa que pode fazer muitas coisas, mas que ao mesmo tempo, sente um pouco de receio. Na verdade, eu vejo que um manancial é perfeito para vc. Vc está transbordando de idéias!

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